Análise

Como é que os alunos podem desenvolver relações pessoais mais fortes?

por EDULOG


24 de janeiro de 2018 |

Online, em casa, a conversar com os amigos pelo chat, mas não através dos videojogos, é assim que os jovens estão a desenvolver as competências colaborativas, dizem os peritos da OCDE.

Atualmente, as crianças desenvolvem relações online, conversam pela Internet ou pelas redes sociais. Usam o Facebook, WeChat, WhatsApp, Twitter, Instagram e outras aplicações para entrar em contacto imediato com os amigos. Se os amigos não estão online, podem deixar-lhes mensagens que serão lidas assim que se conectarem. “Isso pode parecer um método superficial de desenvolvimento de relacionamentos, que vai contra a sabedoria recebida de que o tempo passado juntos cria amizades. Mas num mundo cada vez mais virtual, talvez os nossos filhos se estejam, inadvertidamente, a treinar para se tornarem melhores solucionadores colaborativos de problemas simplesmente por estarem online”, escrevem os autores do relatório PISA 2015 sobre “Resolução Colaborativa de Problemas”, o V volume da série de avaliações realizadas em 2015.

Aprofundar as relações com membros da família a viver sob o mesmo teto, é outra maneira pela qual os alunos podem desenvolver relações mais fortes sem sair de casa, diz a OCDE, garantindo que ajudar nas tarefas domésticas ou cuidar de um familiar, “permitem aos jovens desenvolver um maior sentido de responsabilidade para com os outros”. As evidências do PISA mostram, no entanto, que os jogadores de videojogos apresentam pior desempenho na avaliação à capacidade de resolução colaborativa de problemas (RCP) do que os alunos que não jogam. Isto acontece em quase todos os sistemas educativos avaliados. Por outro lado, os alunos que utilizam a Internet, o chat ou as redes sociais fora da escola, obtêm igual ou melhor pontuação do que os alunos que não usam.

Usar a Internet ou jogar videojogos são atividades que estão, geralmente fora do alcance do currículo escolar, recorda a OCDE, alertando que o envolvimento dos alunos nessas atividades também vem com consequências, não necessariamente relacionadas com a colaboração. Exemplo: “A proliferação de redes online faz com que os alunos possam continuar a ser intimidados quando estão em casa, enquanto no passado, o bullying terminava quando os alunos saiam do recinto escolar.”

Por tudo isto, a OCDE pede aos decisores políticos que considerem os benefícios e as desvantagens de usar a Internet, o chat, as redes sociais, jogar videojogos, ajudar nas tarefas domésticas e cuidar de membros da família. E percebam o contributo que cada uma dessas atividades pode dar no desenvolvimento das competências de colaboração e da capacidade de resolver problemas das crianças.

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