Estudos

Futuro da educação está na aprendizagem social e emocional

por EDULOG


30 de junho de 2016 |

As crianças precisam de aprender competências sociais e emocionais para poderem ser adultos com sucesso no mercado de trabalho. A conclusão é do último relatório publicado pelo Fórum Económico Mundial (FEM), que anualmente reúne em Davos, na Suíça, no mês de janeiro.

À medida que a economia digital transforma o mercado de trabalho e que as tarefas mais tradicionais são mecanizadas, a aprendizagem de competências sociais e emocionais, como a colaboração, a comunicação e a resolução de problemas, ganha mais importância.

“Quando mais de metade das crianças, que estão agora a entrar para escola, vão trabalhar em empregos que ainda não existem, a capacidade de adaptação está-se a tornar uma competência fundamental”, refere Adam Shirley no artigo “5 Charts that Explain the future of Education”, publicado a 13 de junho deste ano, onde resume algumas das ideias presentes no relatório do FEM.

Basicamente, as competências sociais e emocionais são um conjunto habilidades que se encontram fora dos núcleo-duros das principais literacias (leitura, escrita e matemática). E permitem a criatividade, a resolução de problemas e a comunicação e têm por base as interações sociais.

Das 16 competências identificadas no relatório do FEM como essenciais para o século XXI, 12 remetem para a aprendizagem social e emocional. Mas a mudança anunciada nos empregos do futuro não é novidade. Ao longo dos tempos, o mercado de trabalho tem evoluído no sentido de exigir dos trabalhadores maior domínio ao nível das competências sociais.

A tendência é para que este cenário de mantenha, por isso, a questão que atualmente se coloca aos educadores é “como ensinar estas competências?”

Na sala de aula, as competências sociais e emocionais podem ser desenvolvidas através do trabalho colaborativo, realizado em grupo, com discussões, ensino entre pares, resolução de problemas e reflexão em grupo. Projetos de aprendizagem tendo por base a investigação também podem ajudar as crianças a aprender a pensar criticamente, a usar a tecnologia e a resolver problemas.

Os professores podem ensinar competências como o pensamento crítico, a adaptabilidade, a liderança, a comunicação a curiosidade, a iniciativa, ou a persistência, por exemplo, encorajando a aprendizagem através de jogos. Ou mesmo repartindo as matérias de ensino em blocos mais pequenos. Permitindo aos alunos ter tempo para que se foquem nas tarefas e ajudando-os a tirar maior partido da sua personalidade, bem como dos seus pontos fortes.

Fora da sala de aula, pais e outros educadores podem incentivar as crianças a desenvolver a aprendizagem social e emocional permanecendo envolvidos na educação dos seus filhos. Mas também proporcionando ambientes seguros e acolhedores. A frequência de atividades extracurriculares, como o desporto, a música e escotismo constituem boas oportunidades para tornar as crianças mais capazes ao nível social e emocional.

Apesar da sua importância estar provada, o relatório do FEM mostra como, por várias razões, as políticas educativas não estão a dar prioridade suficiente à aprendizagem social e emocional. As tecnologias, como os videojogos, também poderiam estar a ajudar a educação no que toca ao desenvolvimento nas crianças e jovens destas competências.

O problema, escreve Adam Shirley, é que “ainda existe uma consciência limitada do que é a aprendizagem de competências sociais e emocionais e das suas vantagens”. Mas também falta consenso sobre como medir de forma válida e confiável a aquisição destas competências, baixos níveis de financiamento e recursos e uma oferta insuficiente de programas e produtos que melhorem as aprendizagens sociais e emocionais.

partilhar