Análise

Pré-escolar ensina competências para serem usadas durante toda a vida

por EDULOG


1 de setembro de 2016 |

As aprendizagens adquiridas no jardim-de-infância podem ter influência nos anos escolares que se seguem, alerta a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O relatório “What are the the benefits from early childhood education?” relaciona os resultados obtidos pelos alunos de 15 anos nos testes do PISA 2015 com o facto de estes terem ou não frequentado o ensino pré-escolar.

As classificações nos testes de Matemática do último PISA (Programme for International Student Assessment) mostram notas mais altas entre os jovens que frequentaram o pré-escolar em mais do que um ano, quando comparados com os colegas que não frequentaram este nível de ensino. Tomando por referência o ano de 2013, a OCDE refere que entre os 37 países membros e economias parceiras, 12 conseguiam uma cobertura quase universal ao nível do pré-escolar: mais de 90% das crianças com três anos inscritas.

De modo geral, a educação antes do ensino primário está estruturada em dois níveis de escolares: a educação de infância, que abarca os cuidados infantis e é dirigida a crianças do zero aos três anos, e o pré-escolar destinado às crianças dos três aos cinco anos.

A frequência do pré-escolar por crianças dos três aos cinco anos é a mais comum entre os países da OCDE. Austrália, Brasil e Colômbia são, todavia, exceções. Em 2013, três quartos das crianças estavam inscritos num destes dois níveis pré-primários.

Em Portugal, a frequência no pré-escolar aos três anos está ligeiramente abaixo dos 80%. Aos quatro anos sobe para 90%, apesar da inscrição ser facultativa. Recorde-se que a entrada na escolaridade obrigatória se faz apenas aos seis anos.

Em 20 dos 31 países da OCDE, com dados disponíveis, mais de 90% das crianças de quatro anos está matriculada no pré-escolar, a média dos 37 é a mesma. Mas o relatório mostra algumas diferenças significativas em relação à média da OCDE. Nomeadamente, em países como a Irlanda, México, Suíça, Turquia e os Estados Unidos onde menos de metade das crianças de três anos frequenta a pré-escola.

A OCDE recorda aos Estados as vantagens de incentivar a frequência neste nível de ensino. Desde logo, no que diz respeito ao contributo para a redução das desigualdades. Sobretudo em grupos sociais mais fragilizados como, por exemplo, os imigrantes. Por outro lado, a pré-escolarização ajuda as crianças a conseguirem melhores resultados em níveis de ensino posteriores. Mas também potencia o desenvolvimento de competências sociais e emocionais numa idade fundamental, ou seja, do zero aos seis.

Por tudo isto, a conclusão não podia ser outra. “As crianças são mais sensíveis nesta fase do que em níveis de ensino mais avançados, o que significa que são mais capazes de adquirir competências fundamentais que serão usadas durante toda a vida académica e profissional”, lê-se no relatório.

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