Análise
por EDULOG
13 de julho de 2016 |
“As economias da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) dependem de uma oferta suficiente de trabalhadores altamente qualificados. Na maioria dos países que pertencem a esta organização, as pessoas com qualificações elevadas têm mais probabilidade de estarem empregadas”, lê-se no último relatório “Education at a Glance 2015”, da OCDE que inclui informação sobre 36 países e economias membros.
A OCDE mostra que o desemprego é ligeiramente menor para quem tem o ensino superior ou um curso pós-secundário não-superior (8,5%), do que para quem se fica apenas pelo 12.º ano (8,9%). Visto de outro modo, mais de 80% dos adultos com licenciatura estão empregados. O mesmo acontece para mais de 70% dos que têm o ensino secundário ou pós-secundário não superior. E menos de 60% dos que têm habilitações abaixo do ensino secundário.
As taxas de desemprego são mais elevadas entre os jovens dos 25 aos 34 anos do que entre os adultos mais velhos com idades entre os 55 e os 64 anos, independentemente dos níveis de ensino.
Apesar de terem um maior nível de escolaridade, as mulheres jovens continuam a ter taxas de emprego mais baixas do que os homens jovens. No entanto, a diferença de género é mais estreita entre os diplomados pelo ensino superior do que entre aqueles com menores níveis de escolaridade. Ao mesmo tempo, as pessoas com menores habilitações literárias estão em maior risco de desemprego. “Tendo em conta os avanços tecnológicos que têm vindo a transformar as necessidades do mercado de trabalho global, há um grande aumento na procura de pessoas com qualificações mais elevadas ou específicas”, diz a OCDE.
As “perspetivas de emprego favoráveis confirmam o valor de alcançar altos níveis de educação: em média 12,8% dos adultos com baixas qualificações estão desempregados, contra apenas 5,1% dos que têm qualificações de nível superior.
Em todos os países da OCDE, para os quais existe informação disponível, quanto maior é o nível de escolaridade, maiores são os ganhos relativos. E o mesmo acontece com o nível de competências.
Assim, no que toca aos rendimentos auferidos no trabalho, os adultos que não completam o ensino secundário ganham menos 20% do que quem alcança esse nível de escolaridade. Do mesmo modo, quem atinge um patamar ao nível do ensino pós-secundário não superior ganha cerca de 10% mais, quem tem um diploma de ensino superior ganha cerca de 60% mais.
Pessoas com doutoramentos ou mestrados têm ganhos mais elevados em todos os países da OCDE. Quem tem estes níveis de qualificação no Brasil e no Chile, por exemplo, é altamente recompensado, lê-se no relatório, conseguindo rendimentos quatro vezes superiores aos de quem tem apenas o ensino secundário.
“O potencial para ganhar mais e ver os seus ganhos aumentarem ao longo do tempo, juntamente com outros benefícios sociais, é um incentivo para a procura de uma educação e uma formação”, diz a OCDE. “E isso é verdade mesmo que as recompensas económicas variem, de acordo com o campo de educação escolhido.”