Políticas
por EDULOG
9 de dezembro de 2016 |
Cerca de 63,7% dos portugueses gostaria de ter um grau de escolaridade mais elevado do que atualmente possui. “Tal indicia uma predisposição dos inquiridos para melhorarem as suas qualificações escolares”, escrevem os autores do estudo “Que perceções têm os portugueses sobre o valor da educação?”, desenvolvido pelo EDULOG – Think Tank da Educação, da Fundação Belmiro de Azevedo.
O estudo analisa a importância que os portugueses dão à educação e mostra que a maioria dos inquiridos (56,5%) queria ter estudado até ao ensino superior. Uma percentagem significativa (23,3%) gostaria de ter completado o 12.º ano ou frequentado e ensino pós-secundário.
As respostas deixam antever que “os indivíduos não estarão satisfeitos, à partida, com o seu nível de qualificação escolar e que gostariam de o melhorar, nomeadamente, pela frequência do ensino secundário e superior”, constatam os autores do estudo. Os dados foram recolhidos através de 1201 entrevistas telefónicas realizadas a indivíduos de 18 ou mais anos, de ambos os sexos, residentes em Portugal continental e Ilhas, entre os dias 9 e 27 de março de 2016.
Apesar do desejo de ter um grau de escolaridade mais elevado, a maioria dos portugueses (55,7%) não pensa continuar ou voltar a estudar. Ainda assim, entre os inquiridos há quem deixe a possibilidade em aberto. Enquanto uns afirmam não saber se um dia voltarão a estudar (15,7%), outros dizem ter planos para o fazer a curto prazo (15,4%), bem como a longo prazo (13,3%). “Parece existir uma descoincidência entre o que é o desejo de melhorar as qualificações e a subsequente colocação em prática de estratégias para concretizar esse objetivo”, lê-se no estudo.
Entre as razões apontadas pelos inquiridos para não continuar ou voltar a estudar estão a idade (60,8%), o considerar que os estudos não fazem falta para o dia-a-dia (56,7%), nem para a vida profissional (53,5%) e a falta de interesse em estudar mais (55,4%). A falta de tempo e de disponibilidade por razões familiares (45,3%) e a falta de possibilidades financeiras (40,1%) são também contrariedades que impedem os portugueses de aumentar os seus níveis de escolaridade.
Quem quer continuar a estudar apresenta, sobretudo, razões de natureza pessoal, seguidas por motivos relacionados com o emprego. Assim, dos 28% de inquiridos que pensam voltar a estudar a curto e a longo prazo, a esmagadora maioria (mais de 95%) menciona como principais argumentos o enriquecimento ou a valorização pessoal, bem como a possibilidade de desenvolver temas de interesse. A motivação para voltar a estudar está na vontade de progredir na carreira (87%), de encontrar um emprego (52%) e de estar mais protegido no mercado de trabalho (71%).