Políticas
por EDULOG
26 de outubro de 2017 |
“As competências de liderança podem-se aprender”, sustenta a Diretora-Geral da Direção da Administração Escolar. Durante a apresentação dos primeiros resultados do projeto EDUGEST - Gestão Escolar e Melhoria das Escolas, desenvolvido pelo Centro de Estudos em Desenvolvimento Humano da Universidade Católica do Porto, Maria Luísa Oliveira, sublinhou o papel “fundamental” da investigação sobre lideranças no apoio à tomada de decisões sobre a formação dos diretores.
Os primeiros resultados mostram as perceções mais de 20 mil professores do ensino público em relação à liderança do diretor de escola.“Não há que ter medo do olhar ao espelho das práticas de liderança”, defendeu a diretora-geral, sobretudo quando o objetivo é a melhoria das práticas pedagógicas nas escolas.
Em declarações ao EDULOG, Maria Luísa Oliveira lembrou que “os diretores de escola têm de conhecer muito bem a comunidade local para promover as sinergias necessárias ao bom desenvolvimento e desempenho da comunidade educativa”, acrescentando que “é exatamente nesse sentido que a formação do líder é fundamental”.
“Quando a Direção-Geral da Administração Escolar, que tem nas suas competências a promoção de programas de formação para os diretores, tem conhecimento da realidade no terreno, dos pontos fortes e fracos das lideranças, pode escolher como temáticas prioritárias àquelas que estão em falta tendo em vista otimizar os recursos humanos em educação”, acrescentou.
Os dados foram obtidos através de um questionário online e revelam a visão dos professores sobre o perfil de liderança dos seus diretores. De acordo com Ilídia Cabral, a coordenadora do projeto EDUGEST, é possível observar que para uma elevada percentagem de docentes, “o diretor da escola é alguém que inspira os outros, age com integridade e é coerente entre as metas que anuncia e as suas ações”.
Maria Luísa Oliveira admite que os resultados apontam alguns caminhos a considerar pelos decisores políticos em matéria de formação para os diretores. “Precisamos de ter uma base assente nas competências técnicas – ao nível da gestão de recursos, da administração escolar, e do conhecimento da legislação – e, depois, em termos de perfil de liderança, precisamos de desenvolver as soft skills, as competências relacionais e a capacidade de resolução de problemas.”
“O diretor de escola tem de ser um motor de dinamização e envolvimento da comunidade educativa”, garante a Diretora-Geral da Administração Escolar, uma vez que o cargo implica a necessidade de estabelecer parcerias, envolver os pais e os encarregados de educação. “Hoje, o diretor tem de ser um indivíduo muito versátil, ter uma grande adaptabilidade e capacidade para conceber projetos educativos inovadores. Mas tudo isso se pode aprender”, conclui.
O projeto EDUGEST está a ser financiado pelo EDULOG – Think Tank da Educação da Fundação Belmiro de Azevedo e é coordenado pelo Centro de Estudos em Desenvolvimento Humano, da Universidade Católica do Porto.