Acesso ao ensino superior

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As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a COVID-19

As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a COVID-19

O estudo "As mudanças nas políticas de acesso ao ensino superior durante a COVID-19: impacto na equidade" teve como objetivo avaliar as medidas excecionais adotadas durante a pandemia por COVID-19 no acesso ao ensino superior e ao nível da permanência, do abandono, da mudança e da conclusão de cursos de ensino superior durante aquele período. Embora as medidas adotadas tenham facilitado um maior acesso ao ensino superior, elas não se revelaram suficientes para evitar que alguns grupos sofressem mais do que outros com a pandemia e não conseguiram assegurar o sucesso dos estudantes. Torna-se imperativo, com efeito, a implementação contínua de apoios financeiros, pedagógicos e sociais, especificamente desenhados para atender às necessidades diferentes dos estudantes, bem como a criação de políticas públicas que combatam as desigualdades desde os níveis educativos mais básicos, garantindo que todos os estudantes, independentemente do seu contexto socioeconómico, tenham igual oportunidade de acesso e sucesso académico.

Recomendações

Julho 2024

  1. Continuar a investir na diversificação das modalidades de acesso para as adequar aos diferentes públicos, seja para alunos das vias profissionalizantes, seja para alunos de contextos mais vulneráveis, e alargar as vias existentes, já que alguns dos recentes concursos especiais apenas dão acesso a um número muito limitado de cursos e instituições.

  2. Estabelecer mecanismos de monitorização e avaliação contínua das políticas e medidas implementadas, permitindo ajustes rápidos e eficazes em resposta a novas necessidades e desafios.

  3. Aumentar e alargar as bolsas de estudo, de modo a garantir que o apoio financeiro possa cobrir não apenas as propinas, mas também os custos de subsistência, como alojamento, alimentação e material escolar.

  4. Criar fundos de emergência que possam ser rapidamente usados por estudantes em situações financeiras precárias, particularmente durante períodos críticos.

  5. Oferecer apoio adicional em áreas como matemática, português e literacia digital para estudantes que demonstrem necessidade de reforço nestas competências.

  6. Implementar programas de mentoria e tutoria, juntamente com avaliações iniciais e monitorização contínua do progresso, para identificar e apoiar alunos em risco.

  7. Promover atividades extracurriculares e programas de integração social e cultural que incentivem a participação ativa dos estudantes na vida académica e comunitária, aumentando o sentimento de pertença e reduzindo o risco de abandono.

  8. Desenvolver redes de apoio psicossocial robustas que ofereçam aconselhamento e suporte emocional, ajudando os estudantes a gerir o stress e a saúde mental.

  9. Criar programas de estudantes embaixadores, onde estudantes atuais do ensino superior, na sua diversidade, possam visitar escolas secundárias para partilhar as suas experiências e oferecer orientação aos futuros candidatos, ajudando a reduzir o medo e a incerteza sobre a transição para o ensino superior. Idealmente, estes estudantes contactariam com alunos de todos os tipos de cursos do ensino secundário.