Análise
por EDULOG
24 de junho de 2019 |
Quanto dinheiro os países investem na educação? Contabilizando todos os estudantes desde o 1.º ciclo ao ensino superior, os 32 dos países-membros da OCDE gastaram, em média, 9.184 euros com cada aluno em 2015. Portugal fica abaixo da média, com o gasto anual por aluno fixado em 8.125 euros.
Nesta análise, o Luxemburgo é o país onde o investimento por aluno é maior: 19.782 euros. Seguem-se os EUA (14.572 euros), a Noruega (13.865 euros) e a Áustria (13.247 euros).
No lado oposto, entre os países que menos gastam, o investimento fica abaixo dos 4.415 euros por aluno no México e Turquia. Brasil e Federação Russa, países não membros, investem ligeiramente mais do que os países da OCDE com orçamentos mais baixos, mas ainda assim pouco acima dos 4.415 euros por aluno. O investimento por aluno é também relativamente baixo nos países da Europa do Leste, variando entre 5.298 e 7.948 euros.
Olhando para o investimento nacional, desde o 1.º ciclo ao ensino superior, em 2015 os países da OCDE gastaram em média 5% do seu PIB em educação, variando de 3,5% na Irlanda a 6,4% na Noruega.
O investimento anual tem vindo a cair. Entre 2010 e 2015, os países investiram menos 4%, “sobretudo devido ao aumento mais lento das despesas públicas em instituições de ensino por comparação ao PIB”, refere a OCDE no relatório Society at Glance 2019.
Os gastos diminuíram em 20 dos 28 países para os quais existem dados disponíveis. Estónia, Irlanda (principalmente devido a uma revisão do PIB de 2015), Lituânia e Eslovénia registaram a maior variação negativa, enquanto a República Eslovaca registou a maior variação positiva, principalmente impulsionada por um aumento substancial do investimento público e privado no ensino superior.
Olhando para cada nível de ensino, a OCDE conclui que no ensino superior “os gastos médios permaneceram bastante estáveis, mas baixaram nos restantes níveis de escolaridade em cerca de 6%”.
Quando se comparam os gastos realizados nos vários níveis de escolaridade, a educação para a infância sai a perder. Em média, os países da OCDE, investem menos na educação dos mais novos, variando de cerca de 7.506 euros gastos por criança no pré-escolar e ensino primário (que na maioria dos países inclui 1.º e 2.º ciclos de ensino) até quase o dobro no ensino superior, onde se incluem os graus de bacharelato, mestrado ou doutoramento.
As médias da OCDE, admitem os autores deste relatório, “escondem uma ampla variação no que toca ao investimento realizado ao nível da educação de infância nos diferentes países”. Assim, os gastos por criança variam de 2.384 euros no México a quase oito vezes mais no Luxemburgo (18.104 euros).
“Mesmo assim, o investimento na educação para a infância demonstrou melhorar a equidade”, frisa a OCDE. “Direcionar mais recursos para este nível de ensino, em particular para as crianças mais desfavorecidas, tem sido uma das mais importantes recomendações da Estrutura para Ação Política para o Crescimento Inclusivo da OCDE e também uma forma de reduzir as desigualdades socioeconómicas”, lê-se no relatório.
A OCDE refere também que investir no ensino profissional “é uma forma importante de suavizar as transições da escola para o trabalho, em particular para os jovens vulneráveis”.
No ensino secundário, os países gastam, em média, quase mais 1.766 euros por aluno no ensino profissional do que no ensino geral. A diferença é maior em países como a Áustria, Alemanha e Holanda, onde um grande número de alunos frequenta o sistema dual de ensino profissional, que combina a qualificação teórica e a prática em contexto de trabalho, dando maior peso à componente prática.
Por último, países como a Austrália, Noruega, Eslovénia e Reino Unido gastam menos por cada aluno a frequentar o ensino profissional do que a frequentar o ensino geral, ao nível do secundário.